Quando falam as rosas...

A proposta inicial era a de um tributo...
para ser apresentado em um local público, de acesso gratuito.

Mas Cartola merecia mais...

Um mero tributo seria apenas mais um, dentre tantos protagonizados por artistas do país inteiro, muito já registrados em cds e dvds...

Eis que surge a idéia de promovermos uma série de eventos que congregassem a música e a história do mestre, e reunissem no palco representantes de gerações distintas, para provar que o samba de Cartola resiste ao tempo e é latente em qualquer coração, de qualquer pessoa que tenha sido um dia cativada por ele, enfim...
Talvez por sua linguagem acessível, e ao mesmo tempo tão poética, tão rica em lirismo e simplicidade...
Talvez devido às temáticas de suas letras (poemas), com as quais qualquer pessoa pode se identificar, independente de idade, classe social, ou sorte! Ele mergulha no humor, na ironia e na amargura com a mesma intensidade que evoca a alegria e o encantamento...

Entre os músicos, é comum dizer-se que interpretar Cartola, além de um prazer, significa também um desafio:
Embora praticamente todas as suas músicas possuam uma estrutura simples, as harmonias não são óbvias e as melodias são verdadeiros arabescos de notas!
Cartola era inovador, surpreendente... Um gênio.

Que este seu centenário nos sirva como bênção e como lição...
Benção... pois, ao celebrarmos sua obra, estaremos preenchendo nossas almas da mais pura beleza...
E lição... pois, ao revermos seus passos na história, estaremos reconhecendo o quão dura lhe foi a vida, que somente após os 60 anos lhe trouxe maiores oportunidades...

Como disse Nelson Sargento, resumindo tudo sobre o amigo Angenor:

"O Cartola não existiu... Ele foi um sonho que a gente teve".


Elinka Matusiak

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